A escalada do preço dos combustíveis é um tema central para a economia com efeitos na vida prática dos portugueses e o barómetro ACP revela isso mesmo: 70% dos inquiridos considera que o governo tem espaço de manobra para descer os impostos sobre os combustíveis. A par deste dado, 56% dos inquiridos considera que o governo revela pouco empenho no controlo do aumento dos preços.

Sobre os apoios que têm sido criados para mitigar os efeitos da escalada dos preços, 87% considera que devem estar concentrados no gasóleo e na gasolina. É nesse âmbito que medidas como o Autovoucher revelam grande notoriedade, já que 95% dos inquiridos reconhece este apoio, mas apenas 57% revelam ter aderido.

Quanto aos efeitos da guerra na Europa, os portugueses não têm dúvidas: 84% considera que Portugal fez bem em acompanhar a UE nas sanções a` Rússia mesmo que isso implique pagar combustíveis muito mais altos.

Olhando para a questão da fiscalidade aplicada aos combustíveis, 86% considera que os impostos servem sobretudo para financiar o Estado. Mas a maioria dos inquiridos desconhece qual a percentagem de impostos arrecadada pelo Estado num litro de gasolina e gasóleo.

O efeito da escalada do preço dos combustíveis é percecionado por 74% dos portugueses, tendo como consequência um aumento generalizado nos bens essenciais, sobretudo o pão, carne, produtos básicos e gorduras líquidas. 22% admite mesmo já ter deixado de comprar alguns produtos. Ainda assim, para 55% dos inquiridos a causa da subida dos preços é repartida entre o aumento dos combustíveis e o aproveitamento de quem vende os produtos.

O grau de desconhecimento sobre o preço dos combustíveis em Portugal face à realidade dos outros países da União Europeia é enorme, com três em cada quatro inquiridos a formularem conceitos errados.