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Mercedes, BMW e Porsche na linha de fogo caso a China retalie

| Revista ACP

Maior importador de carros de luxo alemães pode reagir à investigação da UE e prejudicar as principais marcas.

Subsdios-chineses

Os modelos de luxo da Mercedes-Benz, BMW e Porsche (com o Cayenne) são muito apetecíveis para os consumidores chineses e os números são prova disso. Em 2022, aquele gigante asiático foi responsável por mais de um terço das vendas globais do Classe S da Mercedes e do Serie 7 da BMW. E o ultraluxuoso Maybach, da marca da estrela é exportado mais de mil vezes por mês a partir de showrooms chineses. Também para a Audi, a China representou mais de um terço das suas vendas globais no ano passado com a exportação para aquele país de mais de 10 mil dos seus sedans de luxo A8.

Mas este cenário pode mudar caso a China venha a retaliar contra a investigação da União Europeia sobre os subsídios aos fabricantes que exportam para o território europeu veículos elétricos a preços sem concorrência. Uma situação que o Parlamento Europeu já considerou desleal e que distorce o mercado do setor.

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Além das exportações dos automóveis de luxo alemães para a China poderem vir a ser seriamente afetadas, existe uma outra questão que também poderá sofrer consequências. É que para alguns modelos de maior volume, a BMW e a Mercedes têm parcerias de fabricação local que lhes permitem vender esses carros sem a atual tarifa de importação de 15%. Mas os seus modelos topo de gama são geralmente produzidos na Europa e na América do Norte.

A Mercedes vendeu mais de 750 mil carros na China no ano passado, dos quais pouco mais de 20% foram importados. A BMW despachou cerca de um terço das entregas chinesas, enquanto a Porsche não fabrica nenhum carro na China.

A exposição só aumentou nos últimos anos, à medida que os fabricantes de automóveis, confrontados com impasses na cadeia de abastecimento, concentraram recursos na produção e venda dos seus veículos com margens mais elevadas. Sob o comando do CEO Ola Kallenius, a Mercedes tem perseguido uma estratégia que prioriza o luxo, em parte inspirada no perfil de vendas da empresa na China. Mas se este país decidir responder com tarifas de importação, os carros de luxo “made in Germany” podem sofrer sérias consequências naquele mercado.

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