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A vida não é igual em toda a parte

| Revista ACP

Com um traçado forte e design bem conseguido quase que não era preciso conduzir a V90 para a resumir numa palavra: robusta.

Clarice Lispector retratava como ninguém cenas simples do quotidiano. A famosa mestra do conto de atmosfera ocupou os meus pensamentos para esta crónica de costumes. Precisamente porque é de sentidos que se trata, da vivência numa carrinha que merece mais do que um simples descritivo sobre performances, potência, cilindros ou chassis. A perceção, portanto.

Desde que a nova V90 foi lançada, andava para a experimentar. A publicidade seduz e remete-me novamente para Clarice Lispector: “esta é uma carrinha concebida para engrandecer cada dia sem nunca cair na banalidade”. Uma imagem vale por mil palavras e esta impõe-se pujantemente.

Com um traçado forte e design muito bem conseguido quase que não era preciso conduzi-la para resumir esta carrinha numa palavra: robusta. Mas uma robustez segura e nada máscula ou agressiva, bem pelo contrário.

A extrema facilidade de condução e a estética apurada nos pormenores fazem-nos sentir dentro daquele abraço que nos protege do mundo. Um abraço ainda mais aconchegante pelo silêncio que impera a bordo e só quebrado se aumentarmos o volume às colunas Bowers & Wilkins (que seguramente farão as delícias dos melómanos). Bem, será mais correto dizer que é quebrado se a carrinha tiver este extra…

Conduzi-a na cidade, nas tais cenas do quotidiano, entre casa-trabalho-supermercado- leva-e-traz crianças. Fiz uma viagem mais longa e com chuva forte, fiz estrada nacional, enfim experimentei o possível entre um filme publicitário da marca com o Ibraimovich e a nossa (minha) realidade. De novo, a propaganda: “Esta é uma carrinha que alia a aparência possante ao espírito prático do a dia”. E não é que é mesmo?

Mas, no fundo, é a perceção da coisa que marca toda a diferença. Sim, a perceção, essa palavra tão usada ultimamente e que a Volvo explora primorosamente: “Segurança é Volvo”. Outra marca premium tem o mesmo nível de segurança, mas na cabeça do consumidor não é bem assim. Daí que se o impactante “cérebro” da V90, espalhafatosamente exibida com orgulho e com o subtil batismo “Intelli Safe”.

O mesmo se passa com o “City Safety” – a tecnologia que deteta e classifica veículos, peões, ciclistas ou animais de grande porte através de radar e evita, ou pelo menos atenua, colisões. Diz a polícia sueca que, “em termos gerais, é difícil encontrar alguma falha” na carrinha que escolheu para ser a viatura oficial da corporação. Nesta fase da prosa, escusado será dizer que tem 5 estrelas na classificação da EuroNcap, a entidade que atesta a segurança dos automóveis.

Vamos ao equipamento. Destaque para o mostrador central de 9 polegadas, grande sim, intuitivo e bem conseguido – não percebo as marcas que passam a vida a falar dos computadores de bordo e depois apresentam um écran mínimo ou acanhado...

Entre os restantes, realce ainda para os ganchos para sacos de compras na bagageira. Outras marcas também os têm, não sei quem inventou, mas obrigada por esta simplicidade genial.

A tração às 4 rodas é opcional, mas como bem me descreveu um especialista dos automóveis, é tão fundamental como um air-bag. Só nos lembramos que existe quando faz falta. Procurei defeitos, sim, e encontrei. As bandeirinhas da Suécia no remate dos faustosos bancos, a lembrarem os pratos de almôndegas do Ikea. Mas o meu filho, no alto dos seus nove anos, deitou-o por terra: “muito bom, quando alguém quer saber de onde é o carro” (!!). Pois, a Suécia não é a Alemanha no que ao mercado automóvel diz respeito…

Volto a Clarice Lispector. “A vida é igual em toda a parte e o que é necessário é a gente ser a gente”. Eu só acrescento que basta ter uma V90.

 

* Esta opinião é apenas focada na estética e no neuromarketing. As caraterísticas técnicas ficam para os especialistas.

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