Dois modelos Lamborghini brilharam na gelada St. Moritz

| Revista ACP

Os carros escolhidos representam duas décadas históricas diferentes, embora com uma elegância comum ao nível da estética.

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A Lamborghini participou, pelo segundo ano consecutivo, no International Concours of Elegance (ICE), organizado no lago gelado de St. Moritz, um evento em que expos dois automóveis provenientes da sua coleção do museu de Sant'Agata Bolognese: um 400 GT 2+2 de 1968 e um Jarama GTS de 1973, pronto para um fim de semana na neve, com suporte para esquis e trenó. Embora representem duas décadas históricas diferentes, os anos 60 com as suas formas arredondadas e os anos 70 com o seu caraterístico design angular, ambos os Lamborghini estão equipados com o lendário motor V12 de 4 litros, com duas árvores de cames à cabeça, em posição longitudinal dianteira.

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O ICE é considerado um dos eventos mais cativantes do mundo dos clássicos, onde os automóveis inscritos são avaliados não só por especialistas na matéria, mas também por artistas e arquitetos, sendo a principal atração do evento o palco em que se realiza: o lago gelado de St. Moritz, na Suíça.

Em 1966, o 400 GT foi apresentado no Salão Automóvel de Genebra, de linhas ligeiramente revistas em relação ao 350 GT, especialmente na secção traseira da carroçaria, elevada em 6,5 centímetros para se tornar num 2+2 e equipado com o motor de 12 cilindros de capacidade incrementada para 4 litros, debitando 320 cv às 6500 rpm graças ao aumento do diâmetro. Com o 400 GT, o motor V12 atinge o seu estado de desenvolvimento perfeito e torna-se o motor de excelência da Lamborghini, passando a equipar, com as respetivas evoluções, todos os automóveis de 12 cilindros produzidos na década seguinte em Sant'Agata Bolognese.

O 400 GT também adotou a caixa de velocidades e o diferencial Lamborghini, concebidos e fabricados internamente, e uma suspensão traseira revista. Na edição de outubro de 1966 da revista americana Road & Track, o 400 GT foi considerado "o melhor GT que alguma vez tivemos a oportunidade de testar", uma observação que agradou a Ferruccio Lamborghini que, apenas três anos antes, tinha começado a sua nova aventura com o desejo de fazer ‘apenas’ o melhor GT do mundo. O 400 GT 2+2 em exposição em St. Moritz foi entregue em março de 1968 à Grand Garage des Nations em Genebra, na pintura Grigio Saint Vincent com interior castanho tabaco e faz agora parte da coleção do Museu Automobili Lamborghini.

Já o Jarama GT foi apresentado no Salão Automóvel de Genebra em março de 1970. Verdadeiro carro de Gran Turismo de luxo perfeito para percorrer longas distâncias de modo rápido e confortável, acomoda dois adultos e duas crianças no banco de trás, além de várias bagagens. Uma das caraterísticas de estilo são as pálpebras sobre os faróis dianteiros quando não estão a ser utilizados, uma identidade única em toda a história de produção da Lamborghini.

Em 1972 nasce o Jarama GTS, com o mesmo motor de 4 litros de capacidade, mais potente e agora capaz de 365 cv, e algumas alterações estéticas, como uma entrada de ar elevada no capot, entradas de ar nos guarda-lamas dianteiros e jantes Campagnolo de novo desenho. No habitáculo, o GTS recebe bancos de novo formato para permitir um maior espaço nos lugares traseiros, um painel de instrumentos em alumínio, uma nova disposição dos botões e comandos secundários e direção assistida de série. A produção durou até 1976 e não foi planeado qualquer modelo de substituição. No total, foram produzidas 327 unidades: 177 GT e 150 GTS. O GTS de 1973 em exposição em St. Moritz, agora propriedade da Automobili Lamborghini, foi vendido novo na Sicília e encontra-se na sua configuração original com carroçaria Blu Tahiti e interior amarelo mostarda.

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