O ADN da Porsche está no Sascha que faz 100 anos

| Revista ACP

Ferdinand Porsche construiu um carro de corrida que anos depois veio a influenciar os modelos de Zuffenhausen.

Austro-Daimler-Sascha-900

Muito antes de fundar a sua marca, Ferdinand Porsche já sonhava com a construção de carros desportivos pequenos, leves e de tecnologia inovadora. Foi essa a direção que seguiu e marcou a Porsche até aos dias de hoje. E no museu da casa de Zuffenhausen existe um exemplar raro que atesta essa aposta do fundador. É uma história que faz agora 100 anos. Estava-se em 1922 e Ferdinand Porsche chefiava o departamento de desenvolvimento e produção da Austro-Daimler quando avançou com a construção de uma versão desportiva denominada Austro-Daimler ADS R, que nesse mesmo ano venceu a Targa Florio contra uma forte concorrência na classe de menor cilindrada, conquistando a vitória na classe nas montanhas da Sicília.

Este desportivo de dois lugares equipava um motor de quatro cilindros em linha, 1,1 litro, mostrando que apesar de ter um bloco de pequenas dimensões conseguia ser competitivo. Foram produzidos quatro protótipos, num projeto financiado pelo magnata industrial e produtor de cinema Kolowrat, também sócio da Austro-Daimler. O carro que lhe foi destinado e que agora é o veículo mais antigo do museu da Porsche ficou conhecido por Sacha, o nome pelo qual era conhecido o magnata.

Um século depois, a equipa do departamento de restauro da marca meteu mãos à obra e recuperou este carro histórico que depois da sua presença na competição ficou a hibernar durante décadas numa propriedade. “Fizemos uma pesquisa e descobrimos que o carro chegou à oficina no final da década de 1950 e foi consertado ali de forma contemporânea”, conta Kuno Werner, supervisor do Museu da Porsche e responsável por este projeto. Em 2021, ele e a equipa estabeleceram a meta de restaurar o Sascha a tempo do 100º aniversário da sua vitória na Targa Florio. “A nossa aspiração era reconstruir a estrela da Targa Florio de uma forma que fosse digna de preservação histórica” adiantou Werner. Para isso, este jovem técnico de 28 anos contou com a ajuda de técnicos especialistas já reformados, mas que estavam familiarizados com as práticas de engenharia do passado e que ficaram felizes em poderem partilhar os seus conhecimentos na preservação desta relíquia que se revelou tão importante na história da Porsche enquanto fabricante de automóveis.

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