Cicloturismo - 3 sugestões de passeios

Bons passeios, cultura e gastronomia, tudo de forma saudável

Andar de bicicleta no verão não significa ter de vestir a camisola amarela ou subir a Senhora da Graça com os bofes de fora. Antes pelo contrário: pode ser sinónimo de bons passeios, cultura e gastronomia, tudo de forma saudável. E se quer estar bem prevenido e organizar as suas rotas, aproveite o desconto de 40% para sócios no mapa da Rede Nacional de Cicloturismo, do projeto Ecovias.pt

ROTA 1 - Norte
Ecopista do Tâmega

Trata-se da antiga linha de caminho de ferro que ligava Livração a Arco de Baúlhe. Com início do passeio em Amarante, o carro fica para trás e pedala-se 20 quilómetros até Celorico de Basto, sítio perfeito para um almoço. O regresso é feito no percurso inverso. Inclinações suaves de 2.5% a pedalar em zona de montanha em via exclusiva a peões e ciclistas. Envolvente cénica: um misto de paisagens verdejantes recortadas pelo vale do rio Tâmega, com destaque para o Túnel do Gatão, logo à saída de Amarante. Esta ecopista recorda uma das mais belas linhas ferroviárias de Portugal, atravessando muitas aldeias e pontes ao longo do seu traçado. Caso queira ir um pouco mais longe, siga até Arco de Baúlhe (ampliando assim a distância percorrida de 40 para 80 quilómetros, com um pequeno troço de três quilómetros que terá de ser percorrido em registo BTT), onde vai encontrar o Museu das Terras de Basto e ainda um núcleo ferroviário.

ROTA 2 - centro
Estradões agrícolas do Baixo Mondego

Uma sugestão é ir de carro até Coimbra e daí seguir por estes fabulosos estradões do Baixo Mondego até Montemor-o-Velho, onde não pode perder uma visita ao castelo e apreciar do alto a vastidão destas terras. No caminho o passeio é ladeado por milharais e arrozais ao longo de estradas de reduzido tráfego automóvel, em asfalto ou macadame. A certa altura passa-se pela Mata Nacional do Choupal e depois por Tentúgal, para degustar pastéis, primeiro os de bacalhau e depois os de doçaria conventual. A cerca de quatro quilómetros de Montemor-o-Velho há a estação de comboios de Alfarelos, onde se pode apanhar o comboio urbano que vem da Figueira-da-Foz, retornando assim a Coimbra. Se houver pedalada para ir mais longe, siga até à Figueira-da-Foz, onde pode apanhar o comboio de regresso.

ROTA 3 - sul
de Tavira a Vila Real de Santo António

A ideia é deixar o carro em Tavira e pedalar pela zona sul da Ria Formosa, com visita a diversas praias. São 43 quilómetros muito suaves, exceto num desvio a uma pequena elevação para apreciar as vistas para zonas de inundação do Guadiana. Este passeio percorre uma parte da Ecovia do Litoral, que liga Vila Real de Santo António a Sagres, num percurso onde pode descobrir magníficos lugares de grande beleza e tranquilidade na zona mais movimentada do Algarve, a costa sul. Este percurso, por sua vez, integra o EuroVelo1, Rota da Costa Atlântica, que desce desde o Norte da Escandinávia até Sagres, e é a mais longa das 14 rotas EuroVelo, com cerca de 9.100 quilómetros, pelo que vai encontrar muitos cicloturistas de várias nacionalidades com quem poderá partilhar experiências.

Dicas sobre viagens de bicicleta

· Se não tem experiência junte-se a alguns amigos ou pessoas que a tenham. Comece por fazer poucos quilómetros.

· Existe uma tendência natural para em viagem se levar demasiados objetos do quotidiano e roupa extra. Seja racional na quantidade e no peso de carga.

· Nunca viaje com uma mochila às costas. Rapidamente irá sentir dores nos ombros e costas. Coloque um porta-bagagens por cima da roda traseira e adquira dois alforges. São suficientes para levar algumas ferramentas e material suplente, roupa, líquidos e comida, aparelhos eletrónicos e outros objetos que considere indispensáveis.

· Adquira um GPS de bicicleta ou instale uma app de mapas e trilhos no seu smartphone. Pratique a sua utilização antes da primeira viagem. Pode ser numas voltas perto de casa.

Pedalar por cidades europeias

Desloca-se habitualmente de pedais pela sua cidade? Então é provável que já tenha planeado umas férias em duas rodas em cidades amigas das bicicletas. Eis alguns destinos a não perder:

Barcelona

Cada vez mais pessoas descobrem que andar de bicicleta em Barcelona é a melhor solução. A cidade é plana na sua maioria, tem bom clima todo o ano e conta com uma excelente rede de ciclovias, que liga o centro à zona das praias. Andar de bicicleta em Barcelona implica algumas regras: os ciclistas devem circular sempre que possível nas ciclovias, ou, se não for possível, utilizar os passeios desde que tenham três metros de largura, dando prioridade aos peões. O capacete não é obrigatório, embora seja recomendável e as bicicletas devem apresentar bom estado de conservação e terem campainha.

Milão

Milão tem todos os inconvenientes das grandes cidades: está sempre congestionada com o trânsito automóvel, paga-se uma taxa para entrar de carro no centro da cidade, sendo quase impossível e incomportável estacionar. É por isso que muitos optam por conhecer ou circular pela cidade em duas rodas, por ser mais tranquilo e saudável. Além das bicicletas particulares, Milão tem uma boa oferta de serviço de partilha deste transporte a preços acessíveis. Conduzir sempre com as mãos no guiador, não pedalar em contramão, não falar ao telemóvel enquanto se conduz e manter uma velocidade moderada, tanto em ciclovias como nas ruas são algumas regras a cumprir. 

Copenhaga

Jovens a caminho de uma festa ou homens de fato a deslocarem-se para os empregos de bicicleta faz parte do dia-a-dia. Metade dos habitantes utiliza diariamente a bicicleta. Em Copenhaga existem mais de 400 km de ciclovias, com a mais movimentada a registar cerca de 40.000 bicicletas por dia. Muitas famílias da classe média, com filhos, nem sequer têm carro e até a maioria dos deputados vão em duas rodas para o Parlamento. Dado o elevado tráfego ciclista é preciso respeitar algumas regras: a sinalização nas ciclovias, sinalizar inversões de marcha com o braço, antes de parar levantar mão e reduzir a velocidade gradualmente ou buzinar antes de ultrapassar.

Berlim

Em Berlim aumentou bastante o número de bicicletas em circulação e as ciclovias já atingem 900 km de extensão. Faça bom ou mau tempo, é o transporte de muitos cidadãos no dia-a-dia, incluindo crianças que, quando entram no ensino básico, já têm tanta experiência que fazem um exame de habilitação de condução para ciclistas. No ambiente rodoviário, o princípio da confiança para um bom entendimento entre ciclistas e automobilistas é na maioria das vezes cumprido. Desrespeitar o sinal vermelho, pedalar embriagado ou lado a lado nas ruas e estradas ou sem iluminação adequada são consideradas infrações, punidas com multas avultadas.

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