Prova de que o Dakar é uma prova de resistência, muitos altos e baixos e de que os vencedores só são conhecidos após se cruzar a linha de meta da última especial foi o que se passou ontem e hoje nos carros.
Carlos Sainz teve um dia mau ontem e só por 24 segundos não perdeu para Nasser Al-Attiyah a liderança que conquistou na terceira etapa, mas na etapa Maratona de hoje refez a mão e colocou-se em excelente posição para assinar a terceira vitória absoluta na prova.
O espanhol entrou ao ataque com o Mini para assumir a liderança logo no primeiro controlo e não mais a perder até final. Um final que acabou por chegar perto de 200 km antes que o inicialmente previsto devido às más condições climatéricas que, por questões de segurança, levaram a organização a cancelar a última parte da classificativa.
Mas o desfecho da etapa e a respetiva classificação não espelham tudo o que se passou. Nasser Al-Attiyah fez toda a etapa em segundo, cedendo no máximo 2:08s, mas os últimos quilómetros foram um desastre para o qatari. O piloto da Toyota perdeu-se numa zona de navegação mais complicada e cedeu 17:46s para Sainz, terminando em 17º.
Stéphane Peterhansel e Paulo Fiúza também não estiveram melhor. Quase colado a Nasser no último controlo, o francês da Mini acabou por ir atrás do rival e perder-se também. Ainda assim, nos últimos quilómetros Peterhansel foi mais eficaz e perdeu apenas 11:48s para o colega de equipa ao terminar em 10º.
Quem mais beneficiou com estes desaires foi Jakub Przygonski. O polaco, depois de um primeiro controlo em sétimo, subiu de prestação e foi muito mais regular com o Mini, evitando erros para terminar em segundo a 3:05s de Sainz e com 1:21s de vantagem sobre o terceiro do dia, Giniel de Villiers. O sul-africano foi o melhor representante da Toyota e garantiu o segundo pódio deste Dakar.
Em quarto, talvez a surpresa do dia. O francês Pierre Lachaume estreou-se no Top 10 e logo com um resultado às portas do pódio, a 6:10s da frente. A prestação, que contrasta claramente com os vários resultados a oscilarem entre o 11º e o 42º posto em especiais, valeu-lhe a subida à 10º posição da geral.
Em quinto ficou Yazeed Al Rahji, enquanto Fernando Alonso foi 55º. Um dia para esquecer para o espanhol que perdeu mais de uma hora para a frente da corrida depois de ter capotado com a Toyota ao descer uma duna. A equipa ficou bem, mas a Hilux acabou sem vidro frontal.
Em termos de geral Sainz tem agora 18:10s de margem para gerir sobre Nasser nas duas últimas especiais da prova, enquanto o qatari conta apenas com 16 segundos de vantagem sobre o “Sr. Dakar” e Fiúza. Al Rahji é um distante quarto (+40:46s), com Orlando Terranova a fechar o Top 5 a 57:39s de Sainz.