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Quem vai conseguir bater Márquez?

| Revista ACP

Vai começar mais uma temporada de MotoGP, a primeira com a presença de um português, o piloto ACP Miguel Oliveira.

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Vai começar mais uma temporada do sempre muito disputado Campeonato do Mundo de MotoGP, com as estrelas prontas para o que promete ser mais um ano de intensos duelos e com muitos olhos também postos nos estreantes, principalmente em Miguel Oliveira, o primeiro português a competir na categoria rainha do motociclismo.

Ao contrário de outros anos, Marc Márquez não foi uma força dominadora durante a pré-época. Mesmo sem falhar um único ensaio oficial, o Campeão do Mundo teve de lidar com a recuperação de uma operação ao ombro, o que o deixou com ritmo abaixo do usual. Seja como for, o espanhol é uma força que nunca pode ser descurada ao longo da temporada e deverá continuar a ser o homem a bater. Espera-se, contudo, que seja mais regular do que foi de novembro até agora.

Um objetivo que é comum a vários nomes, a começar logo pelo novo colega de equipa Jorge Lorenzo. O arrumar das luvas por parte de Dani Pedrosa deixou a porta aberta para a entrada de Lorenzo na Repsol Honda. Uma dupla de peso mas que, olhando ao que se passou por duas vezes na Yamaha, pode não funcionar da melhor forma. Lorenzo, que depois de dois anos na italiana Ducati regressa agora a uma marca nipónica, tem uma personalidade muito forte e já “expulsou” Valentino Rossi da Yamaha uma vez. Um relacionamento a acompanhar com interesse ao longo do ano. Mas antes disso, o espanhol tem de mostrar maior regularidade nas suas prestações aos comandos da nova montada, isto apesar de ter conseguido melhorar os registos desde Valência, ao contrário de Márquez.

Seja como for, a Honda parece ainda ter de recuperar algum ritmo depois de uma pré-época onde não se conseguiu impor.

Mas esse objetivo foi conquistado por outras marcas e pilotos, com particular destaque para Maverick Viñales e para a Yamaha. O espanhol começou como o mais rápido logo em Valência, ainda em novembro, e terminou de novo como o melhor no último teste oficial no Qatar. Resultados que, em conjunto com as prestações que já apresentou em prova, fazem dele neste momento o centro das atenções quando as luzes se apagarem para a primeira corrida do ano no Grande Prémio noturno do Circuito Internacional de Losail.

Incontornável, Valentino Rossi volta ao ataque para tentar o décimo título da carreira. O italiano da Monster Yamaha ainda não conseguiu bater a concorrência, e até se mostrou irregular, mas depois de dois testes a piorar os registos, parece ter encontrado a receita e conseguiu significativas melhorias no Qatar.

Quem também ainda tem de dar provas é a Ducati e principalmente Andrea Dovizioso. O italiano começou bem o ano passado e levou a cabo interessantes duelos, mas nesta pré-época viu-se sempre batido pelo colega de equipa Danilo Petrucci, que acabou por ser o melhor representante da casa de Borgo Panigale e chegou mesmo a marcar o ritmo em Sepang.

Já nos estreantes, todos os olhos estarão postos em Miguel Oliveira. O piloto ACP vai tornar-se no primeiro português da história a levar a cabo uma temporada completa na mais importante competição de motociclismo de velocidade. O jovem luso ainda não conta com nenhum título Mundial no seu palmarés, mas é reconhecido por todos como um piloto de grande potencial e, apesar de não ter terminado nenhum dos quatro testes disputados desde novembro como o melhor estreante, a verdade é que foi o que mais progrediu e o único dos quatro que apresentou melhorias em todos os testes. Oliveira, que vai competir com a reconhecida formação de Hérve Poncharal, a Tech3, aproximou-se perto de segundo e meio da frente das tabelas de tempos, algo que não se pode dizer dos rivais. Preocupado com conhecer a moto e conseguir sempre melhorias, ao invés de apostar nos tempos canhão com pneus de qualificação, Oliveira promete consistência.

Enquanto isso, Peco Bangaia, Campeão do Mundo de Moto2, foi muito irregular e, apesar de ter chegado a garantir o segundo tempo em Sepang, acabou por terminar a pré-época mais longe da frente do que quando começou. Aliás, piloto da Paramac foi mesmo o único estreante a apresentar este tipo de prestação. Fabio Quartaro (Yamaha), que terminou com o segundo registo no Qatar, melhorou perto de nove décimos de segundo desde Valência, com Joan Mir (Suzuki) a apresentar uma melhoria mais modesta, de pouco mais de um décimo de segundo.

Resta agora esperar pela primeira das 19 jornadas da época, o Grande Prémio do Qatar a disputar-se na noite do próximo dia 10 de março. Seguem-se as rondas transatlânticas de Termas de Río Hondo, na Argentina (31 março), o Circuito das Américas, em Austin, Texas (14 abril). A época europeia começa, como sempre, no circuito de Jerez de la Frontera (5 de maio), seguindo-se, até setembro, as provas de Le Mans, Mugello, Catalunha, Assen, Sachsenring, Brno, Spielberg, Silverstone, Misano e Aragão. Outubro traz o tradicional périplo pelo Extremo Oriente, com Xangai, Motegi, Phillip Islan e Sepang. O fim da época, como sempre, tem lugar em novembro no Circuito Ricaro Tormo, em Valência.

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