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SUV: um segmento com origens nos anos 30

| Revista ACP

O segmento da moda não é assim tão recente como se pode pensar. Os primórdios remontam ao período entre guerras.

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Os SUV estão na moda, mas a moda não é de hoje. A origem deste tipo de automóvel, que junta a filosofia do carro de turismo ao de todo-o-terreno já vem de longe.

A má qualidade da rede viária, ou até mesmo a inexistência desta, obrigou à criação de um tipo de carro que fosse capaz de fazer frente e sobreviver às agruras das viagens. O resultado foi o aproximar destas duas filosofias de automóvel, algo que se tornou bem mais visível após a II Guerra Mundial com o surgimento de propostas como o Nissan Patrol, o DWK Munga ou Fiat Campagnola. Muitas destas propostas construídas no Japão, Estados Unidos e Europa tinham a sua origem em projetos militares... aliás, muitos dos carros de sonho deste segmento são mesmo veículos militares que acabaram por entrar no mercado civil.

A aproximação entre os dois tipos de carros fez-se em ambos os sentidos. Ou seja, de um lado os jipes começaram a mudar as linhas para se aproximarem dos turismos, enquanto alguns destes se tornavam mais altos, um pouco mais largos e uns até chegaram mesmo a incorporar tração integral.

A origem do segmento não é fácil de estabelecer de forma definitiva, com dois modelos a poderem ser considerados como os pais dos SUV, mas o que parece ser um facto aceite por todos sem grande discussão é que o segmento nasceu nos Estados Unidos. Isto porque, os dois carros apontados como os primórdios dos SUV são originários da América. O Chevrolet Model EB Suburban, de 1935, para uns, e o Jeep Wagoneer, de 1963, e que depois serviu de origem ao Cherokee, este já na década de 80.

Ainda sem noção de segmento, os veículos militares, como já se referiu, deram origem a várias adaptações para utilização civil, como foram os casos do incontornável Jeep Willys, de 1945, e do Land Rover Series I, de 1948 e que daria origem ao Defender, ou de modelos menos conhecidos como o GAZ M72, de 1945, o Volvo TP21 Sugga, de 1953, ou Citroën 2CV, do final dos anos 50.

Nesta matéria, aliás, os franceses foram os grandes impulsionadores do segmento no Velho Continente. Ao 2CV a Citroën juntou ainda o FAF (de facile à fabriquer et facile à financer) e o Mehari, enquanto a Renault respondeu com os Rodeo 4, com base na 4L, e os Rodeo 5 e 6, com base no Renault 6.

As propostas nipónicas começaram a surgir na década de 70, primeiro com o Subaru Leone e pouco depois com o Matra Simca Rancho.

Enquanto isso, no final dos anos 70 a Ford experimentava a filosofia mais europeia de fazer “crescer” um turismo e lançava o AMC Eagle. Uma vertente à qual o mercado norte-americano acabaria por não se apegar, preferindo claramente a filosofia do jipe com linhas mais próximas dos turismos, ou até mesmo das carrinhas.

Um pouco mais tarde, de novo da Europa, alguns construtores começavam a apresentar as primeiras propostas de carrinhas de tração integral e um pouco mais altas que as versões de duas rodas motrizes, o que viria a dar origem a propostas como a Audi Allroad, as versões offroad da Volvo, e outros modelos semelhantes.

A viragem do século trouxe consigo modelos mais modernos, com linhas cada vez mais desportivas, com o Toyota Rav4 a ser, porventura, o precursor daquilo a que hoje chamamos de SUV, Sport Utility Vehicles.

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